Pairando acima de toda a lamúria sanitária e ânsias de metaverso dessa juventude dopada em Prozac, foram os velhos que salvaram 2021.
Depois de uns anos sumido, Pharoah Sanders lançou Promises, uma jóia do spiritual jazz que revisita toda a transcendência dos seus mestres Alice e John Coltrane. Do outro lado do Atlântico saxão, os dinossauros do Iron Maiden lançaram Senjutsu, que já pode ser considerado um dos melhores albuns dos caras que fazem heavy metal há 50 anos e - caralho! - nunca decepcionam! O estilo sinfônico, as overtures e rifes típicos ainda deixam a molecada toda no bolso. Te desafio a tentar cravar qual a melhor música do álbum...
E no Brasil não poderia ser diferente. Jards Macalé, sem nenhum pudor, se juntou com o antigão Joao Donato e a Síntese do Lance é a volta aos bons tempos da bossa nova, é ponto de umbanda, é afro cubano, é aquele orgulho da nossa História, de ser BRASILEIRO. O resultado tem cheiro de terra, cheiro da poeira de uma roda de gafieira, e é um convite ao retorno as nossas raízes dionisíacas: menos chororô e mimimi, mais bum-bum-paticumbum!