"Jogamos" a massa nas ruas por um justo motivo: o impeachment de Dilma. A massa agora, porém, está incontrolada e incontrolável, servindo aos propósitos dos próprios donos do poder contra os quais, no início, se levantou.
A queda de Renan reforça ainda mais a pretensão do STF de se colocar como o super-ego da nação e dá uma força ainda maior ao perigoso ativismo judicial.
Mas e agora, como controlar a massa? Como chamar de volta, se não a razão, pelo menos ao sono, o gigante babão? Como evitar que o Brasil se torne um cenário apocalíptico de "Rematar Clausewitz"? Como aplacar a sede cega de sangue dos que dançam ao redor da fogueira onde arde o bode sacrificial?
O presidente do Senado agora é petista, o Rede é o protagonista das manifestações e o STF conseguiu esfriar o PL que transformaria em crime de abuso de autoridade de um ministro da côrte a usurpação de competência do poder Legislativo.
Tudo está perfeitamente desenhado. Só nos resta observarmos a debacle nacional, a instauração da oclocracia. Ou rezarmos.
Pensando a coisa girardianamente (não adianta, tudo nesta semana nos remete a Girard), só Cristo pôde desvelar o mecanismo do bode expiatório, quando pediu ao Pai que perdoasse os seus verdugos, pois eles "NÃO SABEM o que fazem". Isso me lembra a conclusão a que chegou o cardeal São Roberto Bellarmino, quando, ao comparar todas as formas de governo em um dos mais belíssimos tratados de ciência política do Ocidente, afirma que só um santo poderia, realmente, conduzir uma sociedade em real e verdadeira transformação.
No final das contas, sou forçado a concordar com Santo Agostinho quando, após estudar toda a retórica e a filosofia, descobre que a verdadeira sabedoria está em Cristo, de quem testificavam as histórias bíblicas que lhe contava a sua mãe, Santa Mônica, e as quais ele, quando jovem, achava uma grande besteira.
Façamos então um côro com Chesterton, reconhecendo que "aquilo que nos é mais familiar é o que temos de mais desconhecido". E isto de mais familiar e estranho pode muito bem ser resumido naquela frase que a nossa avó dizia, e de quem ríamos do que críamos ser uma tolice de velhos: "Só Jesus na causa"!
Era a mais alta e profunda verdade! Só Cristo pode sarar essa nação! Só homens santos podem ser Seu instrumento!