"Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem".
Alberto da Cunha Melo

Wednesday, September 23, 2009

A história do meu saxofone

A história do meu sax merece um post. Ainda no Brasil eu perdi meu antigo saxofone num negócio de jerico que fiz. Esse não era muito bom, mas tinha me acompanhado desde que aprendi tocar este instrumento. Eu precisava completar a grana para vir pro projeto e apareceu uma pessoa com um papo de comprar meu sax pra tocar na igreja e entre aleluias e glórias acabei oferecendo um preço muito barato, mas que, no final, o cristão fez questão de esquecer de pagar... Eu vim para o projeto e não pude cobrar o prejuízo. Ficar sem o dinheiro não foi grande problema. Problema mesmo foi ter ficado sem o sax.
Um dia, porém, quando andava em fundraising nos Estados Unidos, fiquei na casa de um rapaz em Washington, o Chethan. Ele tinha um estúdio dentro de casa, onde fazia música experimental e tinha, além da aparelhagem de som, muitos instrumentos musicais de todo o tipo. Para quem não sabe, Washington é a meca da música experimental no mundo e o Chethan é um dos caras que organizam os festivais em DC. Os 3 dias que passei na casa dele foram de conversas infindáveis sobre música. Nós trocamos muita informação e ele me deu tanta música em mp3 que ainda não consegui ouvir todas. Muita coisa boa mesmo!
E foi ali naquele estúdio que encontrei um sax alto de marca Conn num case quebrado e cheio de poeira. O cara tinha comprado pra aprender qualquer dia e esse dia estava demorando chegar... Peguei aquela coisa linda e fizemos uma jam: ele na guitarra e eu no sax. Nossa jam se prolongou até uma da manhã e só parou porque os coreanos que estavam comigo queriam dormir. Chethan, no outro dia, disse que tinha gostado demais da nossa jam e do meu som. Disse que só não me vendia o sax porque intentava aprender. Ele me deu o fone de algumas pessoas que poderiam me vender um sax usado, mas nenhum preço estava acessível. No final, eu até me decidi por comprar um mais barato que tinha visto, que fiquei de ir no outro dia.
Quando cheguei de volta na casa do meu anfitrião, continuamos a nossa conversa sobre música até que ele ficou pensativo, perguntou se eu tinha comprado o sax, coçou a cabeça e disse que não iria se sentir bem se deixasse de me vender aquele Conn. Chethan disse que do menor preço que eu tivesse encontrado, poderia pagar metade pra levar aquele sax. O preço mais barato que eu tinha encontrado por um sax como aquele, usado, em todas as minhas pesquisas, era de US$ 300,00. “Just give me US$ 150,00”. Entreguei o dinheiro antes que ele tivesse tempo de desistir da oferta e fui embora satisfeito, com meu sax de ótima marca por um preço inacreditável...

3 comments:

  1. Marcello (O Reformado)September 24, 2009 at 5:23 PM

    Olha, eu não entendi essa estória do sax era aquele sax reto??????? Diga quem é que esta te devendo que eu cobrarei, já que eu sou o seu representante jurídico.........Meu irmãozinho até fora do Brasil você consegue convencer ou outros ..... Ou entre os mp3 que você ganhou juntamente com o sax tem algum reggae (se tiver manda para mim) .....

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  2. hahahaha
    Nao era o reto. O reto eu vendi pra um amigo e recebi certinho... qto ao alto, eu vendi e fiquei a ver navios...
    mas claro, como eu não pensei nisso antes, meu representante jurídico!

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  3. eu fui lendo e lendo ateh ver laaah em baixo nos coments vendi pra um amigo e recebi certinho pra soh entao soltar a respiracao que jah estava me matando... he pq mesmo tendo visto ali que foi pra um cara da igreja eu pensei aqui comig: sera que eu nao paguei ( nunca me lembro de nada em relacao a dinheiro... aas vezes me pagam emprestimos que eu concedi e eu me delicio com o fato de ter uma grana a mais que eu nao contava com por que nao me lembrava de todo. )... e pensei que a historia do cara da igreja era soh invencao tua pra encobrir a falta de um amigo que vc preza.

    enfim... fico aliviado pela paga (nordestino hein) que foi feita e pela mencao de amigo que me foi dada.

    p.s.: veh ali a expressao " a grana que eu nao contava com" instead of " a grana com a qual eu nao contava". o menino tah se americanizando.
    e vamo que vamo...

    markus

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