"Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem".
Alberto da Cunha Melo

Sunday, October 4, 2009

Poema ao pai

(C)omo em Emaús encontraram Cefas e seus amigos,
(E)stamos sempre viajantes, nunca vistos mesmo olhados,
(L)evando e trazendo de nós, sendo, estando, morrendo.
(I)nda assim, portanto, nós ficamos, em bocados, em quem,
(O) legado d’alma em espólio, recebe, entrega, convive.

(J)á por ti, a imperatriz Fortuna mais ainda me reservou,
(O) vigário divino, embaixador da vida e professor.
(S)ua exemplar lição de luta, força e perseverança,
(E)stará sempre comigo como espelho e cartilha.

(M)esmo quando do cândido esbulho em sua calvície
(O)u, quem sabe, a travessia por Caronte chegar,
(R)estará de ti a alma em bocados e amores, em mim.
(A) vida é mesmo um ciclo sem fim, o verbo em carne
(I)nterminavelmente se fazendo, num eterno retornar.
(S)e Ele É, portanto, Lhe sou grato por ti, meu pai!


Rodrigo Almeida Morais
Palmas, 11 de fevereiro de 2007.

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