"Viver, simplesmente viver, meu cão faz isso muito bem".
Alberto da Cunha Melo

Thursday, December 24, 2015

Mensagem de Natal

Cristo, como explica Girard, é o grande revelador da origem sacrificial da humanidade. Se no princípio eram a inveja e a tensão mimética e a violência do mito era o nosso único meio de reconciliação temporária uns com os outros, foi o Cordeiro de Deus que destruiu este mecanismo quando disse “Pai, perdoa-os porque não sabem o que fazem”. O mecanismo inconsciente foi revelado e invalidado para sempre!

Esta revelação do assassinato fundador retirou o véu “oculto desde a fundação do mundo” e foi pela libertação destes constrangimentos que nos tornamos a civilização mais criadora e mais poderosa que jamais existiu. A Civilização Cristã Ocidental!

Acontece que o mundo moderno tem tentado com todas as forças reviver o mecanismo mimético. O mundo inveja mimeticamente o tempo anterior a Cristo, inveja a falsa prosperidade do período mítico. O tempo que foi - e está se tornando - da guerra entre irmãos, da inveja, da baixa de valores, da invasão vertical dos bárbaros, dos fetichismos e da revolta contra o Criador e a criatura.

Só Ele nos permite analisar esta realidade da violência sem enlouquecer. Ele é a nossa esperança: vendo essa realidade sob a ótica cristã, nos livramos do desespero da insensatez moderna e redescobrimos um mundo onde as coisas têm sentido.

Que este Natal, neste período de grave crise econômica e política planejada e construída pelos inimigos da verdade e por aqueles que odeiam a realidade (os gnósticos modernos), nos faça refletir sobre o nosso papel diante do mundo que nos cerca. Podemos nos deixar sermos levados pela forte onda da massa rebelde, que a tudo absorve e nivela, ou podemos fazer a escolha existencial por excelência: levantar a nossa cabeça e sermos agentes de resistência contra a destruição daquilo que nos foi legado pelos gigantes em cujos ombros hoje prosseguimos.

 Um Feliz Natal conservador para todos! Que o próximo ano nos encontre com mais forças para lutarmos pela restauração do nosso país!

Rodrigo Morais

Wednesday, December 23, 2015

Meu mês de Novembro/2015, no Facebook

29/11/2015·
Tem tanto petista preso que quando eu escuto sobre protesto do PT, já penso em colchões incendiados, carcereiros rendidos, etc.

São tantas piadas suscitadas que é melhor só compartilhar:





(Sobre argentinos de esquerda que defecam na Catedral de Buenos Aires em protesto contra Macri):
Depois da derrota, a esquerda argentina resolveu voltar a produzir algum trabalho intelectual.


25/11/2015

#‎minhaamigasecreta‬ não vai ganhar presente este ano porque isso é consumismo capitalista explorador


19/11/2015
O governo cubano lucra em quase 8 bilhões por ano com o comércio de escravos cubanos graduados em "medicina familiar". E ainda posa de "humanitário".
É o crime perfeito, diz o Wall Street Journal.


(Sobre a exportação de jumentos para a China): 
Duas notícias tristes para o PT essa semana:
a) as urnas eletrônicas serão auditáveis por meio da impressão de um comprovante;
b) 1 milhão de eleitores do partido serão exportados para a China.


Agora vai ficar mais difícil para o Barba vencer as eleições em 2018: as urnas poderão ser auditadas.
- Aguardem aquela notícia de rodapé informando que o software das urnas vai ser "atualizado"...


18/11/2015
Eu também sou a favor de acabar com o Estado Islâmico de maneira pacífica: coloca a Dilma como líder daquela porra!


17/11/2018
"Ousemos dizer então que nós, alemães e franceses, somos responsáveis pela devastação em curso, porque os nossos extremos tornaram-se o mundo inteiro. Fomos nós que acendemos o rastilho. Se tivéssemos dito há trinta anos que o islamismo entraria no lugar da Guerra Fria, todos ririam. Se tivéssemos dito há trinta anos que nos Evangelhos, os acontecimentos ambientais e militares estavam ligados, ou que o Apocalipse começara em Verdun, teríamos sido tomados por Testemunhas de Jeová. A guerra, contudo, foi o único motor dos progressos tecnológicos. Seu desaparecimento enquanto instituição, que aconteceu junto do desaparecimento do alistamento obrigatório e da mobilização total, encheu o mundo de fogo e de sangue. Continuando a não querer ver, incentivamos esse impulso para o pior."
Rene Girard, em "Rematar Clausewitz"


«Alarico [rei dos Visigodos] afirmou que um demónio o conduzira contra Roma. Todas as civilizações exaustas esperam pelo seu bárbaro e todos os bárbaros esperam pelo seu demónio.»
Cioran


13/11/2015
Este atentado na França é um exemplo do mesmo fenômeno de declínio civilizacional pelo qual passaram todas as demais culturas antes do Ocidente. A invasão dos bárbaros, seguida pelo ataque a partir de dentro.
Hollande fez um pronunciamento prometendo fechar as fronteiras, mas claro que é tarde demais. E obviamente a imprensa e os demais inimigos intramuros vão acusá-lo de racismo, intolerância, etc. E, caralho, o cara é um socialista. O sonho destes idiotas é que o Ocidente seja destruído mesmo, porque acreditam que seria substituído por uma próspera era comunista. Como se uma cosmovisão de caráter meramente imanente fosse capaz de prevalecer.
Interessante como os inimigos do Ocidente usam aquilo que o Ocidente produziu de melhor e de mais inovador para a humanidade - os princípios do devido processo legal, da presunção de inocência e da tolerância, por exemplo - contra a própria civilização ocidental.


11/11/2015
Preparem os seus rolos de papel higiênico para as opiniões dos juristas petistas - que se disfarçam de especialistas isentos - sobre o descabimento do pedido do MPF para que o partido devolva aos cofres públicos o dinheiro roubado das estatais. Dalmo Dallari deve puxar a fila...
Ben Carson é tão superior a qualquer candidato da esquerda americana que a mídia "progressista" tenta desmerecê-lo buscando desmentir as coisas ruins que ele disse que fez...
Imagina a cena: o partido que, confiando no dinheiro que desviou das estatais brasileiras em número suficiente para garantir o financiamento das suas campanhas até o ano de 2038, conseguiu proibir o financiamento privado de campanhas a fim de prejudicar os outros partidos que não possuem um caixa tão gordo, agora pode ter que devolver os seus bilhões desviados e precisará fazer nova campanha em favor da volta do financiamento privado de campanhas.
Karma is a bitch!
10/11/2015
Governo anuncia a próxima medida, cotas nas universidades para quem tem nome de pobre, a fim de combater o excesso de nomes elitistas nos cursos como Medicina e Direito. Agora é a hora e a vez da Britinei Ispýars Marisleinny da Silva e da Thayffanny da Silva Pereira!
09/11/2015
(Sobre a entrevista de Camille Paglia no Roda Viva)
Isto é maravilhoso! Toda análise de problemas ou questões sociais que não se submete a perspectiva dos ciclos civilizacionais é incompleta e míope, mera pregação ideológica (quer de direita ou de esquerda).
"... quando uma cultura começa o seu declínio, você tem o surgimento de fenômenos transgêneros. Isso é um sintoma do colapso de uma cultura"
06/11/2015
Página oficial do governo bolivario-analfa-multiculturalista do Brasil.
A primeira impressão é a de que se trata de um estagiário burro, mas lembrem-se que esta merda de governo está mesmo cheia é de cargo comissionado esquerdista.

05/11/2015
É mesmo um sinal dos tempos o fato de a grande mídia americana estar depreciando uma pessoa como o Dr. Ben Carson, enquanto engrandecem um idiota plastificado e empostado como o presidente Obama. Obama é um exemplo do homem corporativo, o fantoche dos mega-capitalistas, homem de George Soros. Autor de livros que não escreveu, ganhador de um Nobel pelo que ainda prometia fazer. Carson é um misto dos dois tipos anteriores que representaram o povo americano: o tradicional (o conservador cristão que criou a nação americana) e o self made man (o homem de negócios da primeira metade do séc XX). Obama foi fabricado por uma equipe de marketing; Carson vai para o História por uma das maiores conquistas humanas na medicina.
O diferente tratamento midiático entre Carson e Obama não diz apenas sobre a imprensa: é, em si, um conflito de metalinguagens e cosmovisões. É a sabedoria tradicional contra uma superstição moderna.

04/11/2015
Trecho da obra de John Dewey, The School and Society, em que o "pai da pedagogia moderna" propõe a educação para a formação do "homem social", em detrimento do homem intelectual. Para ele, a destruição da cultura, da instrução e da inteligência - noções puramente individualistas - deve acompanhar a promoção da "socialização".
John Dewey, pelo menos, não pareceria espantado com o declínio do nível intelectual dos alunos nas escolas brasileiras, já que, para ele, este é o caminho para a formação do novo homem:
"Uma vez que o sa­ber seja con­si­de­ra­do como pro­ve­ni­en­te do inte­ri­or dos in­di­ví­duos e que nes­se âm­bi­to se de­sen­vol­va, os laços que unem a vida men­tal de cada um à dos seus se­me­lhantes são ig­no­ra­dos e ne­ga­dos. Uma vez que o com­po­nen­te so­ci­al das ope­ra­ções men­tais é ne­ga­do, faz-se di­fí­cil en­con­trar os la­ços que de­vem unir um in­di­ví­duo a seus se­me­lhan­tes. O in­di­vi­du­a­lis­mo mo­ral pro­vém da se­pa­ra­ção cons­ci­en­te de di­fe­ren­tes en­ti­da­des vi­vas; ele fin­ca suas ra­í­zes na con­cep­ção de cons­ci­ên­cia se­gun­do a qual cada pes­soa é um con­ti­nen­te iso­la­do, ab­so­lu­ta­men­te pri­va­do, in­trin­se­ca­men­te in­de­pen­den­te das idei­as, de­se­jos e ob­je­ti­vos de ou­trem.
[...]
A sim­ples acu­mu­la­ção de fa­tos e de sa­be­res é uma ati­vi­da­de de tal modo in­di­vi­du­al que ela ten­de mui­to na­tu­ral­men­te a se trans­for­mar em ego­ís­mo. Não há qual­quer jus­ti­fi­ca­ção so­ci­al para a sim­ples aqui­si­ção de ci­ên­cia, ela não for­ne­ce qual­quer ga­nho so­ci­al ní­ti­do.
A in­tro­du­ção das ocu­pa­ções ati­vas, do es­tu­do da na­tu­re­za, da ci­ên­cia ele­men­tar, da Arte, da His­tó­ria; a re­le­ga­ção das dis­ci­pli­nas pu­ra­men­te sim­bó­li­cas e for­mais a uma po­si­ção se­cun­dá­ria; a mo­di­fi­ca­ção da at­mos­fe­ra mo­ral das es­co­las... não são sim­ples aci­den­tes, mas são fa­tos ne­ces­sá­ri­os à evo­lu­ção so­ci­al em seu con­jun­to. Fal­ta so­men­te re­li­gar to­dos es­ses fa­to­res, dar-lhes sua in­tei­ra sig­ni­fi­ca­ção e en­tre­gar a pos­se com­ple­ta de nos­sas es­co­las, sem con­cessões, às idei­as e aos ide­ais daí de­cor­ren­tes.
A an­ti­ga Psi­co­lo­gia con­si­de­ra­va o es­pí­ri­to como en­ti­da­de in­di­vi­du­al, em con­ta­do di­re­to e ime­di­a­to com o mun­do ex­te­ri­or. [...] A ten­dên­cia atu­al con­si­de­ra o es­pí­ri­to como uma fun­ção da vida so­ci­al – in­ca­paz de ope­rar e de se de­sen­vol­ver a par­tir de si mes­mo, mas re­que­ren­do os sti­mu­li con­tí­nuos oriun­dos dos or­ga­nis­mos so­ci­ais e en­con­tran­do sua subs­tân­cia no so­ci­al. A te­o­ria da he­re­di­ta­ri­e­da­de fa­mi­li­a­ri­zou-nos com a con­cep­ção de ca­pa­ci­da­des in­di­vi­du­ais, tan­to men­tais quan­to fí­si­cas, her­da­das da raça: elas for­mam um ca­pi­tal que o in­di­ví­duo her­da do pas­sa­do e do qual ele é de­po­si­tá­rio para o fu­tu­ro. A Te­o­ria da Evo­lu­ção nos fa­mi­li­a­ri­zou com a con­cep­ção se­gun­do a qual o es­pí­ri­to não pode ser con­si­de­ra­do como uma pos­ses­são in­di­vi­du­al, ex­clu­si­va, mas como o ter­mo dos esforços e reflexões da humanidade."

Meu mês de dezembro/2015, no Facebook

23/12/2015
O STF, contrariando a CF, decidiu reconhecer a competência do Senado para aceitar ou recusar o processo de impeachment. Isto aconteceu já há alguns dias, mas ninguém ainda viu um movimento organizado pelo ‪#‎ForaRenan‬, "você não tem legitimidade pra tirar uma presidente eleita, blá blá blá".
Agora compare a ficha criminal de Renan Calheiros e a de Eduardo Cunha e você vai perceber o que sempre dissemos aqui:
"O ‪#‎ForaCunha‬ era uma desculpa descarada de gente mal-intencionada tentando disfarçar a defesa de uma presidente criminosa com falsas afetações de moralidade".
Mas tudo bem. Se você era sincero no seu #ForaCunha, você é só burro mesmo!


19/12/2015
- Quando Polanski estuprou vaginal e analmente uma menina de 13 anos, "havia todo um contexto" (conforme Lola Aronovich)
- Quando Stalin matou 7 milhões de ucranianos de fome no Holodomor, "havia todo um contexto" (conforme um certo "ex-amigo" comuna)
- Quando Zumbi escravizava negros no Quilombo dos Palmares, "havia todo um contexto" (conforme Jeânus Uiui)
- Quando a Revolução Comunista Chinesa deixou 70 milhões de mortos, "havia todo um contexto" (conforme aquele professor de História marxista)


Em depoimento a PF, Lula não consegue se lembrar nem do nome completo das suas noras, levando assim o "eu não sabia" por mares nunca dantes navegados!


16/12/2015
Será se aquele nosso amigo que chama o impeachment de golpe continuará a fazê-lo depois deste voto do Fachin?
R. Sim. O nosso amigo nem deve saber o que é TV Justiça, pois pega todas as notícias no Brasil247.


Érico dos Santos é o nome do petista que articulou os ataques racistas a Maju, que serviram tanto para distrair vocês dos escândalos da Lava Jato como de mote para levantar um "debate sobre o preocupante avanço da direita".
Parabéns, você caiu no truque mais antigo dos filhotinhos de Stalin.

Observem o silêncio dos idiotas úteis sobre o assunto.


15/12/2015
A equipe de Ciro Gomes está apostando na construção de uma imagem do presidenciável como uma opção ao petismo em 2018.
Neste momento - talvez - seja uma boa idéia, porque ele apela aos mesmos "frames" contra a oposição que excitam a ignorância dos idiotas úteis (que ainda existem aos montes) e o mau-caratismo dos aliados do governo, além de render aplausos na mídia chapa-branca.
Acontece que essa estratégia já foi tentada por Marina Silva na eleição anterior e a desconstrução que derrubou a candidata foi feita pelos próprios petistas, quando a coisa ficou séria, no fim da campanha.
Preparem-se para ouvir o que dirão os mesmos entusiastas atuais de Ciro Gomes quando os votos deste começar a prejudicar os de Lula/2018.


Esqueçam o Eduardo Cunha. A notícia mais importante do dia é a conversão da feminista Sara Winter em conservadora olavete!
Uma pontinha de esperança para você também, amiguinho de esquerda!

 
13/12/2015
Hoje na manifestação:
Jornalista: "Oi, você pode me dar uma entrevista?"
Eu: "Não, você pode pegar o meu nome e inventar a história que vc quiser, mas entrevista não vou te dar não. Você vai distorcer tudo mesmo, como fizeram comigo na outra manifestação"
Jornalista: "Mas eu sou da Folha de São Paulo"
Eu: "Você tinha que ter é vergonha de dizer uma coisa dessas"
Jornalista: "Mas, mas..."
Eu: "Vocês não são jornalistas, são desinformantes e militantes. Passar bem!"


11/12/2015
Agora que os MAV's que forjaram os ataques racistas contra as globais foram descobertos, esta seria uma ótima oportunidade para a turma politicamente correta fazer uma reflexão sobre este tipo de compartilhamento. Como era de se esperar, os ataques combinados tinham por objetivo "chamar a atenção da mídia para o problema do racismo" e "derrubar páginas inimigas". Até fotos de pedofilia foram encontrados no celular de um deles.
Esta é uma conhecida técnica de desinformação chamada "bandeira falsa", onde um grupo forja ações que são atribuídas aos seus inimigos políticos. Isso estava claro desde o início, com os atos de “racismo” contra celebridades acontecendo sempre um ou dois dias após o vazamento de alguma denúncia mais séria da Lava Jato que implicava o PT. E a seguir, a boiada repetia as frases de efeito sobre o avanço da direita e o crescimento do racismo, blá blá blá mimimi.
Sim, vocês ficam lindos aí, todos preocupados com o mundo, as mazelas, o racismo, a fome, a islamofobia, etc. Só esquecem de salvar o próprio bom-senso.


10/12/2015
Antigamente se especulava sobre determinado julgado do STF com base na especialização do ministro relator ou julgador: "fulano é constitucionalista, deve votar assim e assado", "sicrano é egresso do MP, deve decidir pela improcedência de..."
Hoje, na égide do judiciário progressista, a especulação se dá nos termos da maior ou menor proximidade do ministro com o partido no poder: "fulano foi advogado do PT, deve votar a favor", "sicrano é amigo de político beltrano, deve votar assim e assado".


08/12/2015
Chico Alencar diz que não confia nas urnas da Câmara. Legal, fera, mas eu tenho que confiar nas do TSE e engolir o "eleita democraticamente", né...


Zeca do PT manda quebrar as máquinas durante a votação na Câmara, mas o golpista é você aí, viu, que acha isso horroroso.

06/12/2015
Tico Santa Cruz, Crioulo, Paulo Miklos e Maria Gadú fazem um show em defesa do PT. Qual o nome do show?
a) Rebeldes sem Noção
b) Unidos pela Rouanet
c) Roqueiros do Sistema
d) Sexo, Drogas e Lacra o 13

e) Fuck me System


http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/12/1715584-regra-para-baianas-do-acaraje-deixa-evangelicas-apreensivas.shtml?cmpid=facefolha
A primeira vista, pode parecer só mais uma lei idiota do Brasil. Estado fazendo estatices. Aí você brinca e pergunta se vamos também criar uma lei que obriga os garçons que servem moussaka a se vestirem com uma toga grega sob pena de serem demitidos, ou se todas as garçonetes que servirem pasta precisam estar com saias plinçadas italianas.
Aí surge a outra piada, de que as leis de "tombamento" de orgãos como o IPHAN são estúpidas porque desconsideram uma coisa básica: toda cultura é dinâmica. Todo prato típico sofre alteração e adaptação no decorrer do tempo. E este é o próprio elemento que garante a preservação. "Diminui esse azeite que esta geração está ficando light, tia".
Os idiotas do IPHAN falam em "preservar" a cultura por meio da cristalização de um modo específico de fabricação de um prato, por exemplo, e precisam ignorar que este prato evoluiu até chegar naquele tempo específico em que se pretende cristalizar. Então, por que não cristalizar a forma como o acarajé era feito 10 anos atrás? Ou 20?
Aí você lembra do mundo em que vive e percebe que isso não tem nada a ver com preservar cultura nenhuma. Isso é um politicamente correto estúpido (para quem repete) e malicioso (para quem inventa).
Quem inventa uma lei dessas sabe que o único resultado prático só pode ser um motim nas feiras de Salvador. As evangélicas que não podem abandonar este negócio sem prejudicar o sustento da sua família e as macumbeiras, que vão estar ali só respondendo a uma "ofensa" promovida pelo "legislador". Espera-se que deste motim algumas saiam feridas e suas fotos corram as redes sociais. Aí, mais leis do mesmo estilo podem ser criadas. E alguém vai amealhar estes votos. Porque conflito social e divisão da nação entre "nós e eles" têm sido a melhor forma de conseguir benefícios políticos.
O mesmo politicamente correto que "abre" os olhos para uma "terrível" discriminação contra as macumbeiras, fecha os olhos, no mesmo indivíduo, a discriminação e ao desrespeito contra as convicções religiosas de uma tia de saia jeans, agora comparada a um jihadista.



Alguém por favor explica pra essa iluminada turma do "Quem é o Cunha pra impichar a Dilma" que, como presidente da Câmara, só lhe compete receber e analisar os aspectos formais do pedido de impeachment. Aliás, em tese, cumpridos os aspectos formais da ação, o presidente da Câmara nem poderia deixar de colocar a mesma sob a apreciação do Congresso.
Cunha não vai impichar a Dilma, meuzovo. Isso compete ao Congresso.
Claro que isso não é novidade pra ninguém e esse mantra "Fora Cunha" como substitutivo para o "Fora Dilma" é mero efeito de manada, dog whistle puro e simples.
E a turma repete o mantra com a empáfia de quem acabou de inventar a roda. Afinal, no Brasil, dar uma de ignorante é sinal de inteligência.


03/12/2015
Em 2014, o rombo foi de 106 bilhões. Algumas pessoas reclamaram, mas no fim a coisa normalizou.
Agora, neste ano, o rombo é de 120 bilhões. O silêncio já é praticamente absoluto.
Assim é o sedutor poder do mal. Quando você cede um pouco, mesmo que por um centímetro, saiba que ele exigirá mais de você da próxima vez.


Ex-chefe da inteligência do governo Obama, general Michael Flynn, admitiu a CNN que o presidente ignorou conscientemente as ameaças do crescimento e consolidação do Estado Islâmico para não prejudicar a sua imagem durante o processo de reeleição, em 2012.
Os Estados Unidos "abrasileiraram-se".


Segundo a turma da indignação seletiva, se um traficante ligar para a polícia denunciando um estupro na casa vizinha, a denúncia deve ser ignorada.
(Vermelhinhos vão precisar de tutorial: A vizinha é o Brasil, o trafica é o Dudu Cunha. Capisce?)
 
 
 
Atenção petistas e enrustidos,
Nós que apoiamos o impeachment da presidente criminosa não ficaremos ofendidos se você xingar o Eduardo Cunha. A gente até se oferece para te ajudar nesta empreitada.
Os crimes de Cunha não eximem os crimes de Dilma.
Agora, podem voltar ao mimimi, porque o choro é a única coisa grátis nestes dias de Anta.
XOXO,
Seus amigos coxinhas.


 02/12/2015
Nada dá mais prazer (nem mesmo escutar pela primeira vez um discurso da presidente em que ela não se perdeu do teleprompter um só segundo) do que ver a cara de brocochô da turma da Grôbo News comentando o impeachment.
Chola mais, Cristiana Lôbo!


Você pode ser de esquerda e não defender que uma presidente criminosa continue no exercício do mandato;
Você pode ser de esquerda e concordar que mudar a meta fiscal no final do ano é,na melhor das hipóteses, irresponsabilidade fiscal;
Você pode ser de esquerda e também reconhecer que, porque pessoas como você e os deputados em Brasília ignoraram a meta fiscal no final de 2014, neste ano o rombo foi ainda maior;
Você pode ser de esquerda e aceitar o fato irrefutável de que só é possível haver o impeachment de um presidente eleito;
Você pode ser de esquerda e reconhecer que, desta vez, vocês escolheram uma pessoa não apenas incompetente, mas incapaz de simplesmente se comunicar, formar uma frase com começo, meio e fim;
Você pode ser de esquerda, mas deixar de acreditar na puerilidade de que tudo se resume em uma mera disputa entre tucanos e petistas (ou peemedebistas e petistas, for that matter);
Você pode ser de esquerda, mas pode deixar por um segundo a confusão ideológica que turva a sua visão e perceber que vocês fizeram a pior escolha política da vida de vocês.
Sei lá, usem a boa e velha desculpa de que os atuais revolucionários traíram o espírito da revolução e "viva a próxima revolução". Sejam coerentes com a realidade antes de simplesmente repetirem o discurso que o partido enfia em vocês, goela abaixo.

Tuesday, November 17, 2015

Indústria da raça bate recorde de produção - Theodore Dalrymple

“Muçulmanos britânicos relatam crescente aumento em islamofobia”, informa a chamada de um artigo no The Guardian no dia 12 de novembro. Pela chamada, eu achei que fosse ler sobre um aumento no número de perversos ataques contra muçulmanos motivados pelo fato de serem muçulmanos, ou pelo menos atos de profanação.


Mas não. O que eu li foram coisas como as seguintes, tiradas de uma pesquisa baseada na opinião de muçulmanos:


Mais de dois terços dos muçulmanos disseram à pesquisa que eles já ouviram comentários anti-islâmicos por parte dos políticos e metade acredita que os políticos apoiam atos islamofóbicos.


Ou:


Os efeitos sutis da discriminação também são crescentes, sugere o estudo, com 63% dos entrevistados relatando que já foram “humilhados ou tratados como se fossem estúpidos, ou tendo a sua opinião rebaixada ou desvalorizada”, um número que era de 38% em 2010.


Estes números têm pouco significado por si mesmos. Eles poderiam estar tanto inferindo que existem de fato mais declarações anti-islâmicas ou que os muçulmanos estão cada vez mais sensíveis a “insultos” percebidos de forma equivocada; ou mesmo ambos os casos podem ser verdadeiros. Afinal de contas, nós de fato vivemos em uma sociedade na qual reclamações do tipo “a minha opinião foi desrespeitada” são tratadas como justificáveis pelo simples fato de terem sido feitas. A definição de bullying no hospital em que eu trabalhava era a de que alguém se sentiu vítima de bullying, sem a necessidade de um correlativo objetivo ao sentimento. Desnecessário dizer que as reclamações de bullying aumentaram, pois eram auto-justificáveis.


O sentimento de ter sido humilhado pode tanto estar nos ouvidos do ouvinte como nos lábios do falante, mas, de qualquer modo, dificilmente pode ser considerado como evidência de ódio irracional ou medo do Islam. Eu ouso dizer que, se buscar na minha própria memória, encontrarei situações em que fui humilhado verbalmente no último ano. Mesmo que existam instâncias em que muçulmanos foram humilhados pelo fato de serem muçulmanos, isto não é necessariamente explicado pelo ódio ou medo do Islam: condescendência é normalmente a manifestação de uma tentativa desastrada de ser gentil ou compreensivo.

Um homem descrito como um professor de Estudos Raciais - e que portanto possui um interesse na manutenção do racismo - supostamente disse que “existe uma crescente hostilidade nas ruas em termos de ataques físicos e abusos”, e eu até estou inclinado a aceitar que isto seja verdade; em vista das ações de alguns dos seguidores de Maomé e da truculência de tantos dos nossos concidadãos, seria surpreendente se isso não fosse verdade. Mas o curioso é que o artigo não oferece os números de nenhum ataque físico real. E eu me pergunto: “por quê não?”.

Monday, November 16, 2015

Sobre a necessidade de pensar com clareza - Theodore Dalrymple

Há que se ter pena - um pouco - dos políticos, obrigados a reagir publicamente a eventos como os de 13 de novembro em Paris. Eles não podem silenciar sobre os mesmos, mas o que poderiam dizer que não soe banal, oco e óbvio? Não lhes restam opções corretas, apenas as erradas.

No entanto, isto não justifica a imprecisão ou a evasão. O presidente francês François Hollande chamou os ataques de “covardes”, mas se houve uma coisa que os agressores não foram (oxalá tivessem sido) foi covarde. Eles foram maus, suas ideias eram profundamente estúpidas e eles foram brutais: mas um homem que sabe que vai morrer ao cometer determinado ato, não importa o quão abominável, não é um covarde. Com a precisão de um drone, o presidente acertou no único vício que os agressores não manifestaram. Isto demonstra que a bravura não é uma virtude por si só, que para tanto precisa ser exercida em face de um objetivo que valha a pena. Para citar um eminente conterrâneo do presidente, Pascal: “Travaillons, donc, à bien penser: voilà le principe de la morale”. Esforcemo-nos por pensar bem: eis o princípio da moralidade.

O presidente Obama não fez melhor. Fez referência, em sua declaração, aos “valores que todos nós compartilhamos”. Ou ele usou a palavra “nós” como uma espécie de código, a despeito de se referir a toda a humanidade, ou não percebeu que os ataques foram uma consequência direta do óbvio fato de que nós - ou seja, toda a humanidade - não compartilhamos dos mesmos valores. Se assim o fosse, a política se reduziria a discussões sobre administração.

Políticos não são os únicos, no entanto, a proferirem coisas piores que os cliches (que, pelo menos, teriam o mérito de serem verdades): a estrela pop irlandesa transformada em guru, Bono, disse que os eventos de 13 de novembro foram um ataque direito contra a música. O senhor Bono poderia ter dito que estes foram ataques contra os restaurantes, contra a culinária cambojana ou, quem sabe, contra o futebol. Ao que tudo indica, na sua visão, bastaria o governo francês proibir a música e os terroristas teriam alcançado os seus objetivos, desistindo, assim, de futuros ataques.

Na noite dos eventos, eu acompanhei a cobertura pelo Guardian, o jornal inglês progressista, cujo website é um dos mais populares do gênero no mundo. Quando a contagem das vítimas era de “apenas” 40, o jornal publicou um artigo dizendo, en passant, que a grande maioria dos muçulmanos abominava os ataques. Eu não excluo esta possibilidade, mas não sabemos e nem podemos saber se isso é verdade: pois se a Rainha Elizabeth I não “tinha vontade de fazer janelas para as almas dos homens”, nós não temos a habilidade de fazê-lo, principalmente nesta questão. Mas o Guardian quis que assim o fosse e, para a sua própria satisfação, assim o foi. Este é o tipo de pensamento mágico que persiste nesta era sumamente científica; um pensamento perigoso, uma vez que completamente ineficaz.

Se alguma vez houve um momento para manter as palavras de Pascal em mente, este é ele.

Friday, November 13, 2015

A misericórdia segundo Ernest Hello

"A misericórdia – quem a vingará do aspecto ingênuo que frequentemente lhe atribuem? Quando se compreenderá que ela é inseparável de um ódio ativo, furioso, devorante, implacável, exterminador e eterno, o ódio ao mal? Quando se compreenderá que para ser misericordioso é preciso ser inflexível; que para ser doce com aquele que pede perdão, é preciso ser cruel com o inimigo dos homens que sugou o sangue desse homem ajoelhado, cruel com o erro, com a morte e com o pecado? A misericórdia é terrível como um exército pronto para a batalha. Tomou certa vez a figura de Judite e a água foi devolvida a Betúlia que morria de sede. Há muito tempo a malevolência e a tolice conspiraram para dar as virtudes o aspecto ingênuo e terno, retraído e lamentável. Ninguém sabe aonde chega a imoralidade e o perigo deste erro. Ninguem sabe até que ponto os homens, famintos e sedentos de grandeza, são afastados de Deus pelos pequenos livros que fazem Deus pequeno."

Ernest Hello

Monday, October 26, 2015

Evolução Cultural nas Civilizações - Carroll Quigley

Trecho do livro Tragedy and Hope, por Carroll Quigley


Cap. 1 – Evolução Cultural nas Civilizações
* Este texto foi escrito em 1966. 

Sempre existiram os homens que perguntaram “para onde estamos indo?”. Nunca foram eles, no entanto, em tão grande número quanto em nossos dias. E é certo que nunca antes a miríade de questionadores inquiriu em tons tão dolorosos ou refraseou seus questionamentos com palavras de tamanho desespero: “sobreviverá a raça humana?” Mesmo num âmbito menos cósmico, tais inquiridores aparecem de todos os lados, buscando “sentido”, “identidade”, ou mesmo, numa base mais estritamente egocêntrica, “buscando encontrar a si mesmo”.
Pelo menos uma destas persistentes perguntas é mais típica do século XX do que de qualquer outra era: “o nosso modo de vida sobreviverá?” Está a nossa civilização condenada a extinção, como o foram os Incas, os Sumérios e os Romanos? De Giovanni Batista Vico no início do séc. XVIII a Oswald Spengler no início do séc. XIX e Arnold Toynbee em nossa época, os homens vêm se debatendo com a questão de se toda civilização tem um ciclo de vida e se segue o mesmo padrão de mudança. Desta discussão surgiu um acordo quase geral de que os homens vivem em sociedades separadamente organizadas, cada qual com a sua cultura distinta, que algumas destas sociedades, tendo escrita e vida urbana, existem num nível cultural superior ao resto, e que algumas destas civilizações tendem a passar por um padrão comum de experiência.
Estes estudos apontam que, ao que parece, as civilizações passam por um processo de evolução que pode ser descrito brevemente da seguinte forma: cada civilização nasce de uma maneira inexplicável e, após um lento começo, entra num período de vigorosa expansão, aumentando o seu tamanho e poder, tanto internamente quanto as custas dos seus vizinhos, até que, gradualmente, surge uma crise de organização. Quando esta crise passa e a civilização se reorganiza, ela está, de alguma forma, diferente. O seu vigor e moral estão enfraquecidos. Ela se torna estável e, eventualmente, estagnada. Após uma era dourada de paz e prosperidade, uma crise interna novamente emerge. Neste momento surge, pela primeira vez, uma fraqueza física e moral que levanta, também pela primeira vez, questionamentos sobre a habilidade desta civilização de se defender dos inimigos externos. Atormentada por conflitos internos de caráter social e constitucional, enfraquecida pela perda da fé nas suas ideologias e desafiada por novas ideias, incompatíveis com a sua natureza, a civilização se enfraquece gradualmente até ser submergida por inimigos externos e, eventualmente, desaparece.
Quando aplicamos este processo, mesmo que vagamente, a nossa própria civilização – a Civilização Ocidental – percebemos que algumas modificações se fazem necessárias. Como outras civilizações, a nossa começou com um período de mistura de elementos culturais de outras sociedades, transformou estes elementos numa cultura distinta, começou a expandir num rápido crescimento como as outras também fizeram e passou deste período a um período de crise. Mas neste momento o padrão muda.
Em mais de uma dúzia de outras civilizações, a era de expansão foi seguida pela era de crise e esta, por sua vez, por um período de um império universal no qual uma única unidade política governou toda a extensão da civilização. A civilização ocidental, no entanto, não passou da era de crise para a era do império universal, mas, diferentemente, foi capaz de se reformar e entrar em um novo período de expansão. Ademais, a civilização ocidental repetiu este processo não apenas uma, mas diversas vezes. Foi esta habilidade de reiteradamente reformar ou reorganizar a si mesmo que fez da civilização ocidental a força dominante no mundo no início do século XX.
Na medida em que olhamos para as três eras que formam a centralidade do ciclo vital de uma civilização, vemos um padrão comum. A era de expansão é geralmente marcada por quatro tipos de expansões: 1) populacional; 2) geográfica; 3) produtiva e; 4) de conhecimento. A expansão produtiva e a de conhecimento fomentam a expansão populacional, e estas três juntas fomentam a expansão da extensão geográfica. Tal expansão geográfica possui certa importância porque é ela que dá a civilização o tipo de estrutura nuclear constituída de uma área central (aquela que existia como parte da civilização antes mesmo do período de expansão) e uma nova área periférica (aquela que se torna parte da civilização a partir do período de expansão). É de bom tom, ainda, fazermos uma terceira distinção geográfica, da área semiperiférica, intermediária entre a área central e a área periférica.
Estas áreas são facilmente perceptíveis em todas as civilizações do passado e tiveram um papel vital nas mudanças históricas destas civilizações. Na Civilização Mesopotâmica (6000 a.C. – 300 a.C.), a área central era o vale inferior da Mesopotâmia, a semiperiférica eram os vales central e superior, enquanto que a área periférica, os planaltos que cercavam este vale e, mais remotamente, a região do Irã, Síria e até mesmo Anatólia. A área central da Civilização Cretense (3500 a.C. – 1100 a.C.) era a ilha de Creta, enquanto que a área periférica incluía as ilhas do mar Egeu e as costas dos Balcãs. Na Civilização Clássica, a área central era as margens do Mar Egeu, a semiperiférica era o restante da porção norte do leste do Mar Mediterrâneo, enquanto que a área periférica cobria o resto das margens do Mediterrâneo e, finalmente, Espanha, Norte da África e a Gália. Na Civilização Cananéia (2200 a.C. – 100 d.C.), a área central era o Levante, enquanto que a área periférica era a oeste do Mediterrâneo, em Túnis, Sicília ocidental e Espanha oriental. A área central da Civilização Ocidental (400 d.C. – até algum ano no futuro) foram a metade norte da Itália, França, o extremo oeste da Alemanha e a Inglaterra; a área semiperiférica foram as partes central, oriental e sul da Europa e a Península Ibérica, enquanto que as áreas periféricas incluem a América do Norte e do Sul, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul e outras áreas.
Esta distinção de pelo menos duas áreas geográficas em cada civilização é da maior importância. O processo de expansão, que começa na área central, também começa a diminuir nesta parte central enquanto que a área periférica continua se expandindo. Em consequência, ao final da era de expansão, as áreas periféricas de uma civilização tendem a se tornar mais ricas e mais poderosas que a área central. Em outras palavras, o centro passa da era de expansão para a era de conflito antes da periferia. Eventualmente, na maioria das civilizações, o coeficiente de expansão começa a declinar em todas as regiões.
É este declínio no quociente de expansão de uma civilização que marca a sua passagem da era de expansão para a era de conflito. Este último é o mais complexo, o mais interessante e o mais crítico de todos os períodos do ciclo vital de uma civilização. É marcado por quatro características principais: a) é o período de declínio no quociente de expansão; b) é o período de crescimento de tensões e conflitos de classes; c) é o período de guerras imperialistas cada vez mais frequentes e violentas; e d) é o período de crescente irracionalidade, pessimismo, superstições e alienações. Todos estes fenômenos aparecem primeiramente na área central antes de aparecerem nas porções mais periféricas da sociedade.
O decadente quociente de expansão da era de conflito fomenta outras características da era, pelo menos em parte. Após os longos anos da era de expansão, a mente dos indivíduos e as suas organizações sociais estão ajustadas a expansão, tornando a adaptação a este quociente decrescente um processo muito difícil. Classes sociais e unidades políticas dentro da civilização tentam compensar a lenta expansão natural pelo uso da violência contra outras classes sociais ou contra outras unidades políticas. Daí surgem os conflitos de classes e as guerras imperialistas. Os resultados destas lutas dentro da civilização não são de vital importância para o futuro da civilização em si. Significativo será, na verdade, a reorganização da estrutura civilizacional de forma que o processo de crescimento normal recomece. Uma vez que esta reorganização requer a remoção das causas do declínio desta civilização, o triunfo de uma classe social sobre a outra ou de uma unidade política sobre a outra, dentro da civilização, não terá, normalmente, nenhuma grande influência nas causas do declínio e não resultará (exceto por acidente) na tal reorganização estrutural, na medida em que irá fomentar um novo período de expansão. De fato, as lutas de classes e as guerras imperialistas servirão provavelmente para aumentar a celeridade do declínio civilizacional por meio da dissipação do capital e do desvio de riquezas e energias para atividades não produtivas.
Na maioria das civilizações, a prolongada agonia da era de conflito finalmente termina em um novo período, a era do império universal. Como resultado das guerras imperialistas da Era do Conflito, o número de unidades políticas é reduzido pelas conquistas. Eventualmente, uma emerge, triunfante. Quando isso acontece, temos uma única unidade política para toda a civilização. Assim como a área central passa da Era de Expansão para a Era de Conflito antes das áreas periféricas, geralmente a área central é conquistada por um único estado antes da totalidade da civilização ser conquistada pelo Império Universal. Quando isto acontece, o império central é, na maioria das vezes, um estado semiperiférico, enquanto que o Império Universal é geralmente um estado periférico. Assim, o centro da Mesopotâmia foi conquistado pela semiperiférica Babilônia cerca de 1700 a.C., enquanto que a totalidade da civilização mesopotâmica foi conquistada pela periférica Assíria cerca de 725 a.C. (substituída pela ainda mais periférica Pérsia, cerca de 525 a.C.). Na Civilização Clássica, a área central foi conquistada pela semiperiférica Macedônia cerca de 336 a.C., enquanto que a totalidade da civilização foi conquistada pela periférica Roma cerca de 146 a.C. Em outras civilizações o Império Universal foi sempre um estado periférico, mesmo quando não houve conquista prévia da área central por um estado semiperiférico. Na Civilização Maia (1000 a.C. – 1550 d.C.) a área central era, aparentemente, Yucatan e Guatemala, mas o império universal dos astecas tinha como centro o periférico planalto central do México. Na Civilização Andina (1500 a.C. – 1600 d.C.), a área central era nos vales e encostas das partes norte e central dos Andes, mas o Império Universal dos Incas centrava-se nos planaltos andinos, uma área periférica. A Civilização Canaanita (2200 a.C. – 146 d.C.) tinha sua área central no Levante, mas o seu império universal, o Império Púnico, tinha como centro Cartago, a oeste do Mediterrâneo. Se nos voltarmos ao Extremo Oriente, veremos não mais do que três civilizações. Destas, a mais antiga – A Civilização Sínica – surgiu no vale do Rio Amarelo após o ano de 2000 a.C., culminou nos impérios Chin e Han após o ano de 200 a.C. e foi em grande parte destruído pelos invasores uralo-altaicos após 400 d.C. Desta civilização sínica, da mesma forma que a civilização clássica surgiu da civilização cretense ou a civilização ocidental surgiu da civilização clássica, nasceram outras duas civilizações: a) Civilização Chinesa, que iniciou aproximadamente nos anos 400 d.C., culminando no Império Manchu, após 1644, e foi destruída pelos invasores europeus no período de 1790-1930, e b) Civilização Japonesa, que começou aproximadamente na época de Cristo, culminando no Império Tokugawa, após 1600, e pode ter sido completamente destruído por invasores ocidentais após 1853.
Na Índia, assim como na China, duas civilizações se sucederam. Apesar de sabermos relativamente pouco sobre a primeira, a última (assim como a China) culminou num Império Universal governado por um povo periférico e estrangeiro. A Civilização Índica, que começou cerca de 3500 a.C., foi destruída pelos invasores arianos em 1700 a.C., culminando no Império Mogul e foi destruído por invasores da civilização ocidental durante os anos de 1500-1900.
Analisando a área extremamente complicada do Oriente Próximo, podemos perceber um padrão. A civilização islâmica, que começou em aproximadamente 500 d.C., culminou no Império Otomano no período de 1300-1600 e está em processo de ser destruída pelos invasores da civilização ocidental desde cerca de 1750.
Expresso desta maneira, estes padrões nos ciclos vitais das várias civilizações podem parecer confusos, mas se os catalogamos, tais padrões emergem com facilidade:

CIVILIZAÇÃO
PERÍODO
IMPÉRIO UNIVERSAL
ÚLTIMOS INVASORES
DATA DAS INVASÕES
Mesopotâmica
6000-300 a.C.
Assírio e Persa
Gregos
335-300 a.C.
Egípcia
5500-300 a.C.
Egípcio
Gregos
334-300 a.C.
Cretense
3500-1150 a.C.
Minoico-micênico
Dórios
1200-1000 a.C.
Índico
3500-1700 a.C.
Harappa?
Arianos
1800-1600 a.C.
Cananéia
2200-100 a.C.
Púnicos
Romanos
264-146 a.C.
Sínica
2000 a.C.-400 d.C.
Han e Chin
Uralo-altaico
200-500 d.C.
Hitita
1800-1150 a.C.
Hitita
Indo-europeus
1200a.C.-1000d.C.
Clássica
1150a.C.- 500d.C.
Romano
Germânicos
350-600 d.C.
Andina
1500a.C.-1600d.C.
Inca
Europeus
1534
Maia
1000a.C.-1550d.C.
Asteca
Europeus
1519
Hindu
1800a.C.-1900d.C.
Mogul
Europeus
1500-1900
Chinês
400-1930
Manchu
Europeus
1790-1930
Japonês
850 a.C.- ?
Tokugawa
Europeus
1853-
Islâmico
500-?
Otomanos
Europeus
1750-
Ocidental
350-?
Estados Unidos
?
?
Ortodoxa
350-?
Soviéticos
?
?


Desta tabela surge um fato extraordinário. De aproximadamente vinte civilizações que existiram em toda a história da humanidade, listamos dezesseis. Destas dezesseis, doze (provavelmente catorze) já estão mortas ou morrendo, as suas culturas destruídas por estrangeiros capazes de agir com poder suficiente para destruir a civilização, destruir seus estabelecidos modos de pensamento e ação e, eventualmente, destruí-la. Destas doze culturas mortas ou moribundas, seis foram destruídas por europeus representantes da civilização ocidental. Quando consideramos o incontável número de outras sociedades – menores do que civilizações – que a civilização ocidental destruiu ou ainda está destruindo, como os hotentotes, os iroqueses, os tasmanianos, os navajos, os caribenhos e muitos outros, o inteiro e assustador poder da civilização ocidental se torna óbvio.
Uma causa da habilidade da civilização ocidental em destruir outras culturas, apesar de não ser de forma alguma a causa principal, repousa no fato de que ela vem se expandindo há muito tempo. Este fato, por outro lado, baseia-se em outra condição a que já nos referimos anteriormente, o fato de que a civilização ocidental passou por três períodos de expansão, entrou na Era de Conflito três vezes, cada vez tendo a sua área central quase totalmente conquistada por uma única unidade política, mas não entrou na Era do Império Universal porque, da confusão da Era de Conflito, a cada vez emergiu uma nova organização da sociedade capaz de se expandir por seu próprio poder organizacional, tendo como resultado o fato de que os quatro fenômenos característicos da Era de Conflito (declínio no quociente de expansão, conflitos de classes, guerras imperialistas, irracionalidade) foram gradualmente substituídas mais uma vez pelos quatro tipos de expansões típicas da Era de Expansão (demográfica, geográfica, produtiva e de conhecimento). De um ponto de vista tecnicamente mais estrito, esta mudança de uma Era de Conflito para uma Era de Expansão é marcada pela retomada do investimento e do acúmulo de capital numa larga escala, da mesma forma que mudança anterior de uma Era de Expansão para uma Era de Conflito foi marcada por um decréscimo no quociente de investimento e eventualmente por um decréscimo no quociente de acúmulo de capital.
A civilização ocidental começou, como todas as outras, por um período de amálgama cultural. Neste caso em particular, foi uma mistura resultante das invasões bárbaras que destruíram a civilização clássica no período de 350-700. Ao criar uma nova cultura a partir dos vários elementos das tribos bárbaras, do mundo romano, do mundo sarraceno e, acima de tudo, do mundo judaico (Cristianismo), a civilização ocidental se tornou uma nova sociedade.
Esta sociedade se tornou uma civilização quando se tornou organizada, no período de 700-970, de forma que passou a existir acúmulo de capital e o início de investimentos deste capital em novos métodos de produção. Estes novos métodos são associados com uma mudança das forças de infantaria para os guerreiros montados (no campo da defesa), da força humana (e, portanto, escravidão) para o uso da tração animal (no campo energético), do arado e da tecnologia de alqueive e rotação bienal da Europa mediterrânea para o arado com oito bois e o sistema de rotação trienal dos povos germânicos, e de uma orientação política centralizada e estatal dos romanos para a rede feudal descentralizada e de poder privado do mundo medieval. No novo sistema, apenas um pequeno número de homens, equipados e treinados, tinham a obrigação de servir em batalha, enquanto que a grande maioria se dedicava ao serviço agrícola. Deste sistema de defesa desigual, mas eficaz, surgiu uma forma de distribuição de poder desigual e, igualmente, uma desigual distribuição da renda. Isto, com o tempo, resultou num acúmulo de capital que, criando a demanda por bens de luxo advindos de áreas remotas, começou a mudar toda a ênfase econômica da sociedade, da sua prévia organização em unidades agrárias autossuficientes (feudos) para a especialização econômica de trocas comerciais e, a partir do séc. XIII, a um padrão inteiramente novo de sociedade, com cidades, uma classe burguesa, expansão da alfabetização, aumento da liberdade na escolha de alternativas sociais e pensamentos novos e, muitas vezes, perturbadores.
De tudo isso veio o primeiro período de expansão da civilização ocidental, abrangendo os anos de 970-1270. Ao final deste período, a organização da sociedade estava se tornando uma coleção petrificada de interesses escusos, investimentos estavam em declínio e a taxa de expansão começava a cair. Deste modo, a civilização ocidental, pela primeira vez, entrou na Era de Conflito. Este período, época da Guerra dos Cem Anos, da Peste Negra, das grandes heresias e de inúmeros conflitos de classe, durou de 1270 a 1420. Ao final, surgiram esforços por parte da Inglaterra e de Borgonha para conquistar o centro da civilização ocidental. Mas, naquele mesmo momento, uma nova Era de Expansão, usando uma nova forma de organização da sociedade que contornou os velhos interesses escusos do sistema feudal, começou.
Esta nova Era de Expansão, chamada de era do capitalismo comercial, durou de 1440 a aproximadamente 1680. O ímpeto real da expansão econômica durante o período veio dos esforços para a obtenção de lucros pela troca de bens – especialmente bens de luxo e semi luxo – advindos de longas distâncias. Em tempo oportuno, este sistema de capitalismo comercial se petrificou numa estrutura de interesses escusos na qual os lucros eram obtidos pela imposição de restrições na produção ou na troca de bens ao invés do incentivo a estas atividades. Este novo sistema de interesses escusos, chamado mercantilismo, se tornou um peso tal para as atividades econômicas que a taxa de expansão da vida econômica declinou e inclusive criou um período de declínio econômico nas décadas que seguiram ao ano de 1690. As lutas de classes e as guerras imperialistas criadas por esta Era de Conflito foram chamadas de a Segunda Guerra dos Cem Anos. As guerras continuaram até 1815, e as lutas de classes foram ainda mais longe. Como um resultado da primeira, a França, em 1810, já havia conquistado a maioria da área central da civilização ocidental. Mas mais uma vez, como aconteceu em 1420 quando a Inglaterra conquistou parte da área central da civilização e a era de conflito parecia ir chegando ao fim, a vitória perdeu o sentido porque um novo período de expansão começou. Assim como o capitalismo comercial contornou a petrificada instituição do sistema feudal (cavalaria) após 1440, o capitalismo industrial contornou a petrificada instituição do capitalismo comercial (mercantilismo), após 1820.
A nova era de expansão que impossibilitou a ampliação da vitória político-militar de Napoleão de 1810, havia começado, muito antes, na Inglaterra. Ela apareceu como uma Revolução Agrícola, cerca de 1725, e como uma Revolução Industrial, cerca de 1775, mas não se deflagrou enquanto grande expansão até após o ano de 1820. No entanto, uma vez iniciada, avançou como uma força tal qual nunca vista anteriormente no mundo, fazendo parecer com que a civilização ocidental fosse dominar todo o globo terrestre. As datas desta terceira era de expansão podem ser fixadas entre 1770 e 1929, seguindo a segunda era de conflito, de 1690 a 1815. A organização social que estava no centro deste novo desenvolvimento pode ser chamada de “capitalismo industrial”. No curso da última década do séc. XIX, este sistema começou a se tornar uma estrutura de interesses escusos, ao qual podemos dar o nome de “capitalismo monopolista”. Já, talvez, no ano de 1890, certos aspectos de uma nova era de conflito, a terceira na civilização ocidental, começou a aparecer, especialmente na área central, com o renascimento do imperialismo, do conflito de classes, de violentas guerras e de irracionalidades.
Por volta de 1930, a civilização ocidental estava novamente numa era de conflito; em 1942, um estado semiperiférico, a Alemanha, havia conquistado a maior parte da área central da civilização. A façanha foi malograda pela entrada, na guerra, de um estado periférico (os Estados Unidos) e de outro estado, pertencente a uma civilização estrangeira (a União Soviética). Ainda não está claro se a civilização ocidental irá trilhar o mesmo caminho das demais civilizações ou se será capaz de se reorganizar suficientemente para entrar numa nova, quarta era de expansão. Se a primeira opção for verdadeira, a atua era de conflito continuará indubitavelmente com as quatro características de conflito de classes, guerras, irracionalidade e declínio do progresso. Neste caso, sem dúvidas viveremos em um império universal no qual os Estados Unidos governarão a maior parte da civilização ocidental. Este período será seguido, como nas outras civilizações, por um período de decadência e, finalmente, na medida em que a civilização se enfraquece, por invasões e a total destruição da cultura ocidental. Por outro lado, se a civilização ocidental for capaz de se organizar e entrar numa quarta era de expansão, a capacidade de ela sobreviver e prosseguir em crescente prosperidade e poder será fulgurante. Deixando de lado este futuro hipotético, pareceria então que a civilização ocidental, em aproximadamente mil e quinhentos anos, passou por oito períodos, quais sejam:
1. Amálgama, 350-700
2.       Gestação, 700-970
3A. Primeira Expansão, 970-1270
4A. Primeiro Conflito, 1270-1440
Império Central: Inglaterra, 1420
                3B. Segunda Expansão, 1440-1690
                4B. Segundo Conflito, 1690-1815
                                Império Central: França, 1810
                3C. Terceira Expansão, 1770-1929
                4C. Terceiro Conflito, 1893-
                                Império Central: Alemanha, 1942
As duas possibilidades de futuro são:


Reorganização
3D. Quarta Expansão, 1944-

Ou 

Continuação do Processo
5. Império Universal (Estados Unidos)
6. Decadência
7. Invasão (fim da civilização)



Pelas civilizações listadas anteriormente, se torna fácil de perceber como a civilização ocidental foi capaz de destruir (ou estar destruindo) as culturas de seis outras civilizações. Em cada um destes seis casos a civilização-vítima havia passado por um período de império universal e estava se aprofundando numa era de decadência. Em cada uma destas situações, a civilização ocidental desempenhou um papel similar ao papel das tribos germânicas contra a civilização clássica, ao dos dórios contra a civilização cretense, ao dos gregos na mesopotâmica e na egípcia, pelos romanos na civilização cananéia, ou pelos arianos na civilização índica. Os ocidentais que se lançaram sobre os astecas em 1519, sobre os incas em 1534, sobre o Império Mogul no século XVIII, sobre o Império Manchu após 1790, sobre o império otomano após 1774 e sobre o Império Tokugawa após 1853, desempenhavam o mesmo papel que os visigodos e outras tribos bárbaras tiveram sobre o império romano após 377. Em cada caso, os resultados do embate de duas civilizações, um na era de expansão e o outro na era do declínio, tinham uma conclusão inevitável. A Expansão sempre destruirá a Decadência.  

No curso das suas várias expansões, a civilização ocidental colidiu com apenas uma civilização que não se encontrava no estágio de decadência. Esta exceção era, digamos, a sua meia-irmã, a civilização agora representada pelo Império Soviético. O estágio desta civilização “ortodoxa” ainda não está claro, mas obviamente não é a era de declínio. Ao que tudo indica, a civilização ortodoxa teve o seu início numa era de amálgama (500-1300) e está no seu segundo período de expansão. O primeiro período de expansão, que cobriu os anos de 1500-1900, estava ainda entrando numa era de conflito (1900-1920) quando os interesses escusos da sociedade foram destruídos pela derrota pela Alemanha em 1917 e substituídos por uma nova organização da sociedade que deu emergência a uma segunda era de expansão (a partir de 1921). Durante boa parte dos últimos quatrocentos anos que culminaram no século XX, a Ásia foi ocupada por um semicírculo de velhas e moribundas civilizações (islâmica, hindu, chinesa, japonesa). Estas civilizações estão vivendo sob a pressão dos ocidentais que vêm dos oceanos e da civilização ortodoxa que os empurram para fora do centro da extensão territorial eurasiana. A pressão oceânica começou na Índia em 1945, com Vasco da Gama, culminou a bordo do encouraçado Missouri na Baía de Tóquio em 1945 e continuou com os ataques anglo-franceses em Suez, em 1956. A pressão russa do centro do continente foi exercida contra as fronteiras internas da China, Irã e Turquia, desde o século XVII até o presente. Boa parte da História do século XX surgiu da interação destes três fatores (o poder continental russo, as desestabilizadas culturas da borda asiática e as potências oceânicas da civilização ocidental).